sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O sabor da melancolia

A chuva preguiçosa pinga na janela. A brisa da primavera sopra o cheiro de asfalto molhado.

O vinil de Toquinho, com os graves característicos dos toca-discos, batuca no compasso do coração.

"Morena, se acaso um dia
Tempestade te apanhar
Não foge da ventania,
Da chuva que rodopia,
Sou eu mesmo a te abraçar"

O âmbar do abajur cria suaves sobras no ambiente.

Olhos pesados pelo álcool, passam a enxergar a beleza dos últimos momentos vividos.

À mente vêm as lembranças dos dias mais felizes de uma breve (mas intensa) vida.

O sentimento de plenitude se amplia em um momento de melancolia tenra.

O Chile, os mineiros, os lugares e amigos que fiz neste outubro, contagiam minha alma.

A melancolia tem sabor de regozijo e plenitude.

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