terça-feira, 7 de setembro de 2010

A moça das duas tiaras

Era um ambiente surreal. As escadas não subiam nem desciam.

Nas paredes, espelhos que não refletiam. Mas eram espelhos.

Uma luz infiltrava por um mínimo orifício no teto e se refratava em diversos matizes de cores não nomeadas pela arte moderna.

Ao fundo, no canto de três lados, um banco de apenas um pé.

Sentada, ela escondia o rosto com as mãos e os cotovelos apoiados sobre os joelhos.

Vestia um vestido rosa que apenas escondia sua derrière.

A meia calça rosa era o acabamento delicado que protegia pernas torneadas esculpidas por anjos transviados, que se renderam ao fascínio venenoso da alma feminina.

Não sei por que ela estava lá.

Tampouco imagino como entrei ali.

Mas esse não era um questionamento pertinente naquele instante.

Estava preocupado em conhecer aquele rosto escondido, saber dos anseios daquela criatura tão misteriosa e tão bela.

Ela permaneceu com a face oculta.

Ansioso, corri o olhar até seus pés descalços eram exatamente como eu os desejava: pequenos, delicados.

Mas toda aquela aura doce contrastava com detalhes perturbadores, que denotavam toda inquietude de uma personalidade peculiar.

No braço esquerdo, uma tatuagem.

Na cabeça, duas tiaras.

Ela balbuciou palavras em outra língua que não compreendi.

Mais do que isso não vi.

Acordei.

Mas quero voltar a dormir, para ver o rosto dela e descobrir os outros mistérios que me seduziram. Irremediavelmente.

2 comentários:

  1. Derrière? CARA o que que é isso? Porra, e o vestido só cobria o "derriere"? Ah, meus Deus que vestido é esse! Uau!

    E voltar em sonhos já sonhados? Tu acha que consegue? Sonhos sonhos; ou são sonhos "provocados artificialmente"? Pô daí vou querer um desses: pra encontrar donzelas com vestidos que só cobrem o/a derriere!

    Por fim, como o cara faz pra ter um "sitemeter" (pessoal)?

    Abraço!
    Tommy Wine Beer.

    ResponderExcluir
  2. ta na hora de atualizar, poeta invisível!

    ResponderExcluir