Dois aspectos do comportamento humano explodem na percepção de quem assiste, lê e se envolve com a história de Cris Mclandess, narrada por Jon Krakauer (livro) e Sean Penn (filme) sob o título “Into the wild” (Na Natureza Selvagem).
"A felicidade só é real se compartilhada."
A sentença, entalhada na madeira do ônibus onde o personagem principal minguou até a morte, força a inexorável reflexão sobre a necessidade dos relacionamentos.
Dividir momentos, compartilhar a alegria de conquistas, dar e receber carinho.
Amar incondicionalmente.
Não há como fazê-los sozinho.
Não há plenitude numa felicidade individual. Um coração só se completa quando encontra outro com a mesma capacidade de se emocionar e ter os mesmos sonhos.
Eis a felicidade plena.
Mclandess tem essa epifania ao se ver na plenitude existencial, distante do mundo material, imerso na imensidão do Alaska. Atingir tal ponto de desapego e desvinculação social seria motivo suficiente para encontrar a felicidade?
Ao que tudo indica não.
Nos dois anos que antecederam seu desfecho trágico, Mclandess cruzou os Estados Unidos convivendo com PESSOAS. Teve todo tipo de experiência e desenvolveu laços verdadeiros de afeto. Amigos e amores que foram marcados indelevelmente pela presença dele.
E aí reside a outra grande sacada desta jornada: as almas desconhecidas que vagam pelo mundo e que produzem uma energia inexplicável quando se cruzam.
Conviver. Coexistir.
Somos seres sociáveis determinados a amar e ser amados.
Selvagem é não amar, afinal essa é nossa natureza.
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